quarta-feira, 10 de abril de 2013

Obras na Linha Sul de Fortaleza ultrapassam prazos

07/04/2013 - Diário do Nordeste

As obras e a fase de testes no Linha Sul do Metrô de Fortaleza se estendem além do previsto. Em junho do ano passado, no primeiro trecho da Linha Sul, que vai de Pacatuba a Parangaba, foi iniciada a operação assistida, como também é definida essa etapa pela própria Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos (Metrofor) e na qual o serviço é gratuito. Em setembro do mesmo ano, a empresa anunciou o mês de dezembro de 2012 como prazo para conclusão das obras, assim como para o término dos testes.

Contudo, a Linha Sul do Metrô de Fortaleza ainda não foi concluída e a operação assistida permanece. Já o novo prazo divulgado pelo Metrofor para conclusão das obras vai até o próximo mês. O valor futuro da tarifa ainda está indefinido.

Ao ser procurado pela reportagem para falar do assunto, o presidente do Metrofor, Rômulo Fortes, preferiu responder, via e-mail, através de sua assessoria de comunicação. Segundo o gestor, para que o percurso de 24,1 quilômetros na Linha Sul seja finalizado, falta a conclusão das estações José de Alencar e Chico da Silva, localizadas no Centro da Capital. Os trechos da Estação São Benedito até Lagoinha e da Lagoinha até a Estação João Felipe foram concluídos e energizados, garantiu. Entretanto, as estações José de Alencar e Chico da Silva estão em fase de acabamentos.

"Ambas estações não foram entregues em dezembro porque as obras civis precisaram ser paralisadas no fim de 2012 por conta da energização da via", diz no e-mail, justificando que o prazo não foi cumprido em virtude do consórcio construtor ter tido atrasos e problemas com os fornecedores. Além disso, anuncia novo prazo para a finalização da obra: abril ou início de maio.

Previsão

O dirigente do Metrofor considera equivocado o questionamento de que operação assistida na Linha Sul, que ligará Pacatuba ao Centro de Fortaleza, também estava prevista para ser concluída até dezembro. A informação sobre a data, todavia, foi publicada pelo Diário do Nordeste na edição do dia 26 de setembro do ano passado.

"Divulgamos que a finalização da via seria em dezembro, mas não a finalização da operação assistida. O prazo para início da operação comercial sempre foi meados de 2013", respondeu.
Ainda através de sua assessoria de comunicação, explicou não ter sido estipulado valor tarifa do metrô. "Será cobrada tarifa quando começar a operação comercial", garante.

Atualmente, trafegam na Linha Sul cerca de 7 mil usuários ao dia. O metrô funciona das 8h às 12h, de segunda a sexta.

Já a eletrificação da via da Linha Sul foi concluída, mas não a dos túneis, admitiu. Conforme o Metrofor, três trens estão operando, dois dos quais possuem três carros de passageiros e um conta com seis. Futuramente, a linha terá 25 trens, mas nem todos circularão ao mesmo tempo (alguns ficarão como reserva).

Recursos

A Linha Sul do Metrô de Fortaleza é uma obra construída com recursos dos governos federal e estadual, sendo gerenciada pela Secretaria da Infraestrutura (Seinfra) e pelo Metrofor. Integra o sistema metroferroviário que está sendo implantado no Ceará, juntamente com a Linha Oeste (que futuramente será remodelada para metrô), Linha Leste (que ligará o Centro ao bairro Edson Queiroz) e Ramal VLT (veículo leve sobre trilho) Parangaba-Mucuripe.

A via começou a ser construído em janeiro de 1999. Somente a partir de 2007 houve um incremento no ritmo de execução das obras. O período de 2007 a 2012 foi responsável por mais de 58% de todos os investimentos feitos na Linha Sul.

Relatório

Por sua vez, a conselheira do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Soraia Victor, que também é engenheira civil, admite que tem feito cobranças a essa corte para que todas as grandes obras do Ceará passem por acompanhamento. Acrescentou, também, não ter visto relatórios sobre o Metrofor. "É um projeto muito grande, que tem prazos a serem cumpridos e que já vem de governos anteriores, com investimentos enormes e de muita repercussão no sistema viário", salientou.

Soraia Victor adiantou que não só o Metrofor, como o Castelão e o Centro de Eventos, dentre outros, precisam ser acompanhados. Ponderou que uma das dificuldades para isso seria o "pessoal insuficiente no Tribunal". Lembrou que no caso do Centro de Eventos falta ser concluída uma parte no serviço de eletrificação e a construção da passarela em frente ao equipamento, que é inclusive exigência do Ministério Público.

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